domingo, 5 de novembro de 2023

TEMA QUE FIZ PARA O SIMULADO MAXIMIZE: “Estratégias para combater a discriminação de gênero no espaço do trabalho.”

 INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO MODELO ENEM E/OU FUVEST


1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 linhas. 

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas. 

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 

4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. 

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto. 


TEXTOS MOTIVADORES


TEXTO-1: O enigma do acidente envolvendo pai e filho que ganhou a internet

A página da Revista Exame publicou um enigma que deixou muita gente confusa. “Pai e filho sofrem um acidente terrível de carro. Alguém chama a ambulância, mas o pai não resiste e morre no local. O filho é socorrido e levado ao hospital às pressas. Ao chegar no hospital, a pessoa mais competente do centro cirúrgico vê o menino e diz: ‘Não posso operar este menino! Ele é meu filho!”


A resposta era muito mais simples do que se imaginava. Afinal, com o pai morto, quem poderia ser essa pessoa? Muitos leitores cogitaram que o personagem seria o avô do garoto, um padrasto ou até um outro pai de uma relação homoafetiva. O que não se deram conta, no entanto, foi do mais óbvio: a pessoa mais competente do centro seria sua mãe. “Por que automaticamente pensamos que a pessoa mais competente do local seria um homem e não uma mulher, mãe do menino?”, questionou uma leitora.


Outra internauta deu sua versão para o fato de tantas pessoas terem dificuldades em resolver o problema. “A maioria das pessoas só consegue pensar que um homem seria o cirurgião, então não entendem como poderia ser se o pai do menino está morto”.


https://exame.com/tecnologia/o-enigma-do-acidente-envolvendo-pai-e-filho-que-ganhou-a-internet/ (6.09.23 - adaptado)



TEXTO-2: 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é dia de celebrar as grandes conquistas femininas, especialmente no aspecto profissional. Não há dúvida de que as mulheres avançaram na contramão da cultura machista e patriarcal e na conquista do merecido espaço no mercado de trabalho. Hoje elas exercem profissões que antes eram reservadas aos homens. A luta da mulher foi pioneira e serviu de inspiração para que outros trabalhadores, também discriminados em razão do sexo, conquistassem seu espaço.


Mas vale refletir também sobre o sexismo no trabalho, fenômeno ainda comum nos dias de hoje. O termo "sexismo" representa o conjunto de preconceitos e discriminações que se baseiam no sexo ou na orientação sexual. Geralmente, a pessoa discriminada é colocada em posição inferior, somente por causa da sua identidade sexual. A discriminação contra mulheres é definida como "machismo" ou "misoginia". (...) Ações ajuizadas na Justiça do Trabalho mineira revelam que a mulher moderna ainda enfrenta práticas patronais machistas. Recentemente, a juíza Jéssica Martins identificou um caso típico de gaslighting, termo em inglês, hoje apropriado pela psicologia para definir uma forma de abuso psicológico sutil em que informações são manipuladas, distorcidas ou omitidas pelo abusador, com o objetivo de causar a instabilidade emocional da vítima. 

https://portal.trt3.jus.br/internet/conheca-o-trt/comunicacao/noticias-juridicas/especial-dia-da-mulher-discriminacao-de-genero-ainda-e-realidade-no-ambiente-de-trabalho (6.09.23 - adaptado)



TEXTO-3:  Medicina – gênero e exercício professional

No artigo Discriminações, estímulos e obstáculos no campo profissional da medicina: um olhar de gênero e gerações, Tânia Steren dos Santos, diz que: O gênero continua sendo um fator de discriminação e preconceito no meio ambiente de trabalho, especialmente no que se refere ao acesso das mulheres aos postos mais valorizados e cargos de comando. Apesar desta dificuldade, a situação das mulheres tem apresentado transformações significativas nos últimos anos, observando-se maior equidade e valorização de algumas características femininas. ‘Deficiências’, que anteriormente eram vistas como empecilhos, passam a ser consideradas como 'vantagens comparativas' positivas no campo profissional. Na medida em que se identificam preconceitos e se valorizam as diferentes capacidades de homens e mulheres, independentemente de estigmas e rotulações, se ampliam as possibilidades de instituir relações sociais mais humanas e equitativas. (SANTOS, 2009)

https://www.scielo.br/j/tes/a/gY5yZfd4KDvNNxZSVpcSsMm/?format=pdf&lang=pt



TEXTO-4: De acordo com dados do IBGE divulgados em 2019, 65% da mão de obra geral do mercado ainda é masculina, em comparação com 45% feminina. As trabalhadoras brasileiras podem receber até 20% a menos que os homens, mesmo com ensino superior e exercem ano exercício da mesma função. Outro grande desafio ainda enfrentado por muitas mulheres é a jornada dupla de trabalho. Como os serviços domésticos ainda são atribuídos quase exclusivamente à elas, as mulheres precisam dividir o seu tempo entre o trabalho de dentro e fora de casa. São elas as responsáveis por limpar, cozinhar, fazer compras, administrar as contas e cuidar dos filhos. E ainda cumprir as jornadas externas do mercado de trabalho. O resultado são mulheres sobrecarregadas e sem tempo para si próprias.

https://www.florence.edu.br/blog/mulher-no-mercado-de-trabalho/ (6.09.23 - adaptado)


TEXTO-5:

 

O diabo veste prada (Dir. David Frankel, EUA, 2006). Sinopse: A recém-formada Andy tem grandes sonhos e vai trabalhar na conceituada revista de moda "Runway". Andy não se sente bem no ambiente tenso da redação e questiona sua habilidade em conciliar namoro, objetivo de ser jornalista e seu trabalho como assistente pessoal da tirana Miranda Priestly. 

https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Diabo_Veste_Prada_(filme)



PROPOSTA DE REDAÇÃO


A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa. Escolha um dos temas, de acordo com o modelo em que pretenda estruturar sua redação: “Estratégias para combater a discriminação de gênero no espaço do trabalho.” (modelo Enem) ou “A mulher no mercado de trabalho: avanços e desafios.” (modelo FUVEST). Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. 


TEMA DO ENEM 2023: O trabalho doméstico invisível e a desigualdade de gênero no Brasil

 


Apesar de não ter sugerido este tema específico O trabalho doméstico invisível e a desigualdade de gênero no Brasil, o simulado que fiz para o último MAXIMIZE  foi um tema afim, que poderia se encaixar perfeitamente ao tema proposto e acrescentado o ítem do trabalho invisível. Nos textos motivadores eu citei a questão da dupla jornada, ou seja, do trabalho não remunerado. Mais especificamente o tema que fiz para o simulado foi: 

“Estratégias para combater a discriminação de gênero no espaço do trabalho.” (modelo Enem) 

ou 

“A mulher no mercado de trabalho: avanços e desafios.” (modelo FUVEST). 

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

TEMA. Aluno nota 980 cita Gil e Fafá, com análise da redação

 

Ele garantiu 980 na redação do Enem citando Gilberto Gil e Fafá de Belém

Além dos músicos, Lyncoln também citou como repertório a cidade-estado Esparta e a tragédia em Brumadinho para escrever um texto criativo, crítico e coeso

POR KARIN HUECK, LUCCAS DIAZ

ATUALIZADO EM 30 AUG 2023, 15H26 - PUBLICADO EM 30 AUG 2023, 15H18

Lyncoln posa em uma parede com os dois braços pintados com os nomes da universidade que passou: UFMG e FAMERP

Estudante foi aprovado no curso de Medicina da USP por meio do Enem-USP (Arquivo Pessoal/Reprodução)

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Lyncoln Reugys Santos Belo, 23 anos, é um ponto fora da curva. De origem simples, o estudante precisou de muita esforço e dedicação para conquistar uma vaga no curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista ao GUIA DO ESTUDANTE, contou que durante os quatro anos de estudo para o vestibular passou por poucas e boas para pagar a mensalidade do cursinho – chegou a vender trufas no farol, trabalhar como atendente de telemarketing e dormir apenas 3 horas por noite. O esforço do rapaz trouxe resultados: além das aprovações, garantiu 980 na redação do Enem.


Somado ao seu excelente desempenho nas questões, a nota quase 1000 no texto garantiu ao jovem a tão sonhada aprovação na USP, por meio do sistema Enem-USP. O processo seletivo acontece de forma semelhante ao que era quando a universidade participava do Sisu, selecionando os alunos a partir do desempenho no Enem. Apesar de sua grande dedicação e preparo, Lyncoln, como muitos estudantes, sentia-se inseguro com a pressão dos vestibulares. “Na minha cabeça, eu pensava ‘eu nunca vou passar, eu não vou conseguir, eu sou muito burro'”, contou ao GUIA.


+ Estudante que tirou 980 na redação do Enem se preparava desde o 8º ano


Em seu texto, o futuro médico trouxe uma verdadeira variedade de argumentos e referências. Sobre o tema “Os desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, iniciou a dissertação-argumentativa citando algumas características da sociedade de Esparta, na Grécia Antiga. Nos parágrafos de desenvolvimento referenciou a obra dos cantores Gilberto Gil e Fafá de Belém, além de citar a tragédia de Brumadinho.


Na vista pedagógica disponibilizada pelo Inep, Lyncoln mostra que a única das cinco competência que não gabaritou foi a primeira – ficando com 180 de 200 pontos. A Competência 1 avalia o domínio que o candidato tem da norma padrão da Língua Portuguesa.


Para analisar o texto do estudante, convidamos a professora de redação Cora Conte, do Poliedro Colégio Campinas. Ela falou a respeito das escolhas textuais do jovem em cada parágrafo do texto. Leia abaixo a redação na íntegra, e em seguida os comentários da professora.






Análise da redação

Introdução

Na antiga sociedade de Esparta, era comum que culturas distintas desta fossem desprezadas ou reprimidas. A partir disso, criou-se um consenso social por meio do qual somente povos dentro de um padrão espartano fossem legítimos e valorizados. Contemporaneamente, nos parâmetros da nação brasileira, essa questão ainda está presente: apesar de importantes, povos e comunidades tradicionais são vítimas da desvalorização e de desprezo externo. Isso, certamente, configura um desafio, cujas causas estão centradas tanto nos empreendimentos do mercado, quanto na baixa representatividade destinada a essas pessoas.


Comentário da professora:


Em uma redação modelo ENEM, apresentar repertório sociocultural é essencial para garantir uma boa avaliação na Competência II. Essa exigência é cumprida pelo texto logo na introdução, em que há um repertório sobre a sociedade de Esparta, informação legitimada por uma área do conhecimento, a História. Além de legitimado, o repertório é pertinente ao tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, uma vez que o contexto histórico é mobilizado para estabelecer um paralelo com a sociedade brasileira ao demonstrar como ocorre, atualmente, a desvalorização de determinados povos, de modo similar ao que acontecia em Esparta. Destaca-se que esse repertório será novamente mencionado em outros parágrafos, o que evidencia sua pertinência para a discussão proposta pelo aluno e o planejamento de sua escrita. 


Outro destaque é a clareza do ponto de vista delimitado já no primeiro parágrafo, o que é importante em texto dissertativo-argumentativo. Nesse caso, de modo relacionado ao tema, o aluno assume uma tese e aponta duas causas da problemática: empreendimentos do mercado e baixa representatividade dos povos tradicionais. Essa delimitação organiza o projeto de texto e demonstra para o leitor qual caminho argumentativo será defendido no primeiro argumento (empreendimentos do mercado) e no segundo argumento (baixa representatividade dos povos tradicionais). 


Desenvolvimento 1

Primeiramente, é válido ressaltar algumas realizações do mercado como fatores que potencializam a supracitada discussão. Em uma sociedade marcada pelo protagonismo do lucro do setor primário, isto é, aquele a quem é atribuída a responsabilidade pelas exportações agrícola e mineral, é irrefutável que a lógica econômica ganha mais respaldo que a preservação das comunidades tradicionais. Por esse motivo, ao seguir esse raciocínio, o Brasil possui inúmeros casos em que a construção de rodovias e de barragens custa a vida e a conservação de moradores originários e ribeirinhos, como a recente destruição material e imaterial presenciadas por mineradoras, em Brumadinho. Assim, tem-se que a parcela tradicional é colocada em segundo plano, haja vista que suas moradias e os seus costumes são menos prezados em detrimento da razão econômica. Com isso, o empreendimento financeiro permeia uma das causas no que tange ao desafio em análise.

Ele garantiu 980 na redação do Enem citando Gilberto Gil e Fafá de Belém

Além dos músicos, Lyncoln também citou como repertório a cidade-estado Esparta e a tragédia em Brumadinho para escrever um texto criativo, crítico e coeso

POR KARIN HUECK, LUCCAS DIAZ

ATUALIZADO EM 30 AUG 2023, 15H26 - PUBLICADO EM 30 AUG 2023, 15H18

Lyncoln posa em uma parede com os dois braços pintados com os nomes da universidade que passou: UFMG e FAMERP

Estudante foi aprovado no curso de Medicina da USP por meio do Enem-USP (Arquivo Pessoal/Reprodução)

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Lyncoln Reugys Santos Belo, 23 anos, é um ponto fora da curva. De origem simples, o estudante precisou de muita esforço e dedicação para conquistar uma vaga no curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista ao GUIA DO ESTUDANTE, contou que durante os quatro anos de estudo para o vestibular passou por poucas e boas para pagar a mensalidade do cursinho – chegou a vender trufas no farol, trabalhar como atendente de telemarketing e dormir apenas 3 horas por noite. O esforço do rapaz trouxe resultados: além das aprovações, garantiu 980 na redação do Enem.


Somado ao seu excelente desempenho nas questões, a nota quase 1000 no texto garantiu ao jovem a tão sonhada aprovação na USP, por meio do sistema Enem-USP. O processo seletivo acontece de forma semelhante ao que era quando a universidade participava do Sisu, selecionando os alunos a partir do desempenho no Enem. Apesar de sua grande dedicação e preparo, Lyncoln, como muitos estudantes, sentia-se inseguro com a pressão dos vestibulares. “Na minha cabeça, eu pensava ‘eu nunca vou passar, eu não vou conseguir, eu sou muito burro'”, contou ao GUIA.


+ Estudante que tirou 980 na redação do Enem se preparava desde o 8º ano


Em seu texto, o futuro médico trouxe uma verdadeira variedade de argumentos e referências. Sobre o tema “Os desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, iniciou a dissertação-argumentativa citando algumas características da sociedade de Esparta, na Grécia Antiga. Nos parágrafos de desenvolvimento referenciou a obra dos cantores Gilberto Gil e Fafá de Belém, além de citar a tragédia de Brumadinho.


Na vista pedagógica disponibilizada pelo Inep, Lyncoln mostra que a única das cinco competência que não gabaritou foi a primeira – ficando com 180 de 200 pontos. A Competência 1 avalia o domínio que o candidato tem da norma padrão da Língua Portuguesa.


Para analisar o texto do estudante, convidamos a professora de redação Cora Conte, do Poliedro Colégio Campinas. Ela falou a respeito das escolhas textuais do jovem em cada parágrafo do texto. Leia abaixo a redação na íntegra, e em seguida os comentários da professora.

Comentário da professora:


No primeiro argumento, o texto sustenta o raciocínio anunciado na introdução, visto que desenvolve como a lógica do mercado, ao buscar o lucro, sobrepõe-se à preservação das comunidades tradicionais, ideia exemplificada com a menção à destruição ocorrida pelas mineradoras em Brumadinho. Assim, ainda que não apresente um repertório sociocultural legitimado, as informações são explicadas, bem articuladas e desenvolvidas sem lacunas, o que é importante para a avaliação na nota máxima da Competência III, na qual se avalia seleção, relação e organização das ideias bem como o projeto de texto. 


Desenvolvimento 2

Além disso, é cabível nortear a escassa representatividade dessas populações em torno dos espaços sociais. Embora a brasilidade das músicas de Gilberto Gil revele da diversidade cultural brasileira, ou os versos de canções como as de Fafá de Belém revigorem as pluralidades dos costumes e dos saberes tradicionais, vistos em sua música “Coração vermelho”, tamanha representação sócio-histórica, ainda assim, não é totalmente observada em outros constructos sociais. Em noticiários ou em situações que perpassam o cotidiano, por exemplo, quase não são vistos apresentadores televisivos de origem quilombola ou um porta-voz do ensino, em escolas, sendo atuado por indígenas. Dentre essas e outras pautas que exemplificam a sua baixa representatividade, o povo tradicional, então, ainda sofre do mesmo mal espartano.


Comentário da professora:


Em seguida, no terceiro parágrafo, há alusão a outro repertório sociocultural: as canções de Gilberto Gil e Fafá de Belém, personalidades da música brasileira, além da menção à música “Coração vermelho”. A referência a esses repertórios contribui para demonstrar uma contraposição entre tais obras culturais e a sociedade, pois diversidade brasileira presente nessas músicas não é notada outras esferas sociais em que não há representantes quilombolas ou indígenas, o que comprova os desafios para representatividade dos povos tradicionais. Um ponto interessante desse parágrafo é a retomada do repertório sociocultural sobre Esparta, referenciado na introdução da redação. Essa estratégia auxilia a fundamentação do argumento e, como já ressaltado, demonstra planejamento prévio do texto. 


Conclusão

À vista disso, portanto, medidas são necessárias para que se resolva o impasse. É preciso que o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) intermedeie através de uma lei que puna os setores do Mercado quanto às violações acerca desses povos. Isso pode ser feito por meio de parcerias com o setor legislativo e, especificamente, com propagandas televisivas que elucidem a importância das comunidades tradicionais, a fim de que estas sejam valorizadas. Assim, a essas empresas, devem-se cobrar multas que serão doadas a essas pessoas como garantia aos danos a elas cometidos. Além disso, o Estado deve criar leis de inclusão, em escolas e em televisões, obrigando-os a contratarem pessoas tradicionais, por meio de ações jurídicas, a fim de que o desprezo espartano não mais prossiga.


Comentário da professora


Para concluir uma redação modelo ENEM, é imprescindível a apresentação da proposta de intervenção completa com os cinco elementos exigidos pela banca de correção: agente, ação, modo/meio, finalidade e detalhamento. Nesta redação, tais elementos são apresentados, porém, destaca-se que, devido ao uso do gerúndio, poderia haver divergência na avaliação da banca. A seguir, há análise da proposta mais completa: “o Estado [AGENTE] deve criar leis de inclusão, em escolas e em televisões, [AÇÃO] obrigando-os a contratarem pessoas tradicionais, [DETALHAMENTO] por meio de ações jurídicas, [MODO/MEIO] a fim de que o desprezo espartano não mais prossiga [FINALIDADE].”. Novamente, percebe-se a estratégica relação com o repertório cultural, referenciado no início do texto. 


Em relação à modalidade escrita, houve penalização por um dos corretores da banca que atribuiu 160 na Competência I, devido ao desvio de concordância (“a recente destruição material e imaterial presenciadas por mineradoras”), quebra de paralelismo sintático (“haja vista que suas moradias e os seus costumes”) e desvio de regência (“revele da diversidade cultural brasileira”). Ressalta-se que, para nota máxima, a redação deve ter, no máximo, dois desvios de modalidade escrita. 


Por fim, vale destacar também o adequado e expressivo uso dos elementos coesivos para estabelecer articulação tanto entre os períodos quanto entre os parágrafos, como: “a partir disso”, “apesar de”, “tanto…quanto”, “assim”, “com isso”, “além disso”, “portanto” e outros conectivos. A presença diversificada desses elementos, sem repetições, garante a nota máxima na Competência IV, critério que avalia a coesão na redação. 

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Redação: feita por aluno. TEMA: Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais (modelo ENEM)

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, são povos e comunidades tradicionais os grupos culturalmente distintos, os quais têm organização social própria e utilizam recursos naturais para expressar sua cultura, religião e tradição; por exemplo – como os povos indígenas e os quilombolas. Embora haja leis e projetos no Brasil que objetivam garantir a preservação desses indivíduos e de seus costumes, há desafios no que tange à valorização desses grupos. Desse modo, visando o reconhecimento dos povos e das comunidades tradicionais, é preciso discutir tanto a dificuldade no cadastro desses por parte do governo quanto pensar soluções para o conflito territorial existente.  

Sob esse viés, destaca-se que existe uma defasagem no cadastro e na classificação desses povos por parte das instituições federais. Tal fato ocorre pois não são consideradas todas as categorias existentes em virtude da ausência de (re)conhecimento sobre quem faz parte desse grupo, o que se dá devido ao pouco interesse do Brasil em reconhecer a sua importância. Comprova-se isso a partir de um levantamento do Ministério Público Federal (MPF) feito em 2019, no qual 650.234 famílias brasileiras se declararam como povo ou comunidade tradicional. Há, porém, nessa listagem a relação de apenas 7 das 29 categorias reconhecidas pela União, segundo o site G1 Notícias. Logo, entende-se que é preciso haver um devido reconhecimento para que se tenha uma efetiva valorização desses povos.

Ademais, a disputa territorial também se constitui como um obstáculo para a valorização desses grupos. Isso ocorre já que muitos povos tradicionais brasileiros, - como os Quilombolas, Ribeirinhos e Indígenas, - ocupam áreas cobiçadas por fazendeiros, madeireiras e mineradoras. Assim, já que não há o reconhecimento “oficial” da contribuição e da importância dessas pessoas para a biodiversidade brasileira, esses conflitos resultam em mortes e em apagamento dessas comunidades. Nesse raciocínio, tal fato pode ser comprovado pelo documentário “Areias que falam”, da diretora Arilene de Castro, que mostra o desaparecimento de duas comunidades Ribeirinhas após a construção de usinas hidrelétricas. Evidencia-se, assim, que o confronto territorial é um entrave que precisa ser solucionado. 

Portanto, tal cenário revela a necessidade de promover a valorização dos povos e das comunidades tradicionais. Logo, para resolução desse problema, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) – responsável pela promoção de políticas de assistência social – deve organizar projetos de cadastro e de reconhecimento para essas populações, com a ampliação de centrais de registro. Isso será colocado em prática por meio da mobilização de profissionais selecionados pelo MDS, a fim de identificar essas pessoas e de reforçar a sua importância. Além disso, o governo precisa, também, sanar os conflitos causados pela disputa de terras, garantindo o direito à permanência desses grupos nos locais onde vivem. Dessa forma, será possível intensificar a valorização dos povos e das comunidades tradicionais no Brasil.

[Excelente redação produzida pelo aluno Alexandre Junior Pereira Alcântara - Extensivo manhã do MAXIMIZE PAULISTA. Agradeço ter cedido para publicação.]

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Redação. Tema: Cotas raciais

As cotas raciais de inclusão de pessoas negras na universidade brasileira são uma política pública que visa reduzir as desigualdades históricas e sociais entre brancos e negros no acesso à educação superior. Essa política é baseada no princípio da reparação histórica, que reconhece que os negros foram vítimas de escravidão, racismo e exclusão ao longo da história do Brasil, e que esses fatores ainda afetam suas condições de vida e oportunidades na sociedade atual. Por outro lado, as cotas raciais também são alvo de críticas e questionamentos, que apontam que elas podem gerar discriminação inversa, baixar o nível acadêmico das universidades, reforçar o estigma racial e violar o princípio da meritocracia. Neste texto, pretendo apresentar os principais argumentos a favor e contra as cotas raciais, bem como uma proposta de solução para o problema.

Um dos argumentos a favor das cotas raciais é que elas contribuem para a democratização do acesso à educação superior, que é um direito fundamental de todos os cidadãos. Segundo dados do IBGE, em 2019, apenas 18,3% dos negros com 25 anos ou mais tinham concluído o ensino superior, enquanto esse percentual era de 36,1% entre os brancos. Essa diferença reflete as desvantagens que os negros enfrentam desde a educação básica, como a falta de recursos, a baixa qualidade das escolas públicas, a violência e a evasão escolar. As cotas raciais buscam corrigir essa distorção, garantindo uma maior representatividade dos negros nas universidades e ampliando suas chances de ascensão social e econômica.

Outro argumento a favor das cotas raciais é que elas promovem a diversidade cultural e étnica nas universidades, que são espaços de produção e difusão do conhecimento. A presença de estudantes negros nas salas de aula e nos laboratórios enriquece o debate acadêmico, trazendo novas perspectivas, experiências e saberes para o campo científico. Além disso, as cotas raciais valorizam a identidade e a cultura afro-brasileira, que foram historicamente marginalizadas e invisibilizadas pela sociedade dominante. As cotas raciais também estimulam o combate ao racismo e à discriminação, que ainda são problemas graves no Brasil, gerando conscientização e respeito pela diversidade.

Por outro lado, um dos argumentos contra as cotas raciais é que elas podem gerar discriminação inversa, ou seja, prejudicar os estudantes brancos que disputam as vagas nas universidades. Esse argumento defende que as cotas raciais violam o princípio da igualdade formal perante a lei, que estabelece que todos devem ser tratados da mesma forma independente de sua cor, raça ou etnia. Além disso, esse argumento sustenta que as cotas raciais criam uma divisão artificial entre brancos e negros, ignorando a diversidade e a miscigenação da população brasileira. As cotas raciais também podem gerar um sentimento de injustiça e ressentimento entre os estudantes brancos que se sentem prejudicados pelo sistema.

Outro argumento contra as cotas raciais é que elas podem baixar o nível acadêmico das universidades, comprometendo a qualidade do ensino e da pesquisa. Esse argumento afirma que as cotas raciais violam o princípio da meritocracia, que determina que o ingresso na universidade deve ser baseado exclusivamente no mérito individual dos candidatos. Segundo esse argumento, as cotas raciais beneficiam estudantes negros menos preparados e menos qualificados do que os estudantes brancos, que teriam melhores notas e desempenho nos vestibulares. As cotas raciais também podem reforçar o estigma racial, fazendo com que os estudantes negros sejam vistos como inferiores ou incapazes pelos seus colegas e professores.

Diante desses argumentos, é possível perceber que as cotas raciais são uma questão complexa e polêmica, que envolve aspectos históricos, sociais, culturais e jurídicos. Uma possível solução para o problema seria a adoção de cotas sociais, que levariam em conta não apenas a cor ou a raça dos candidatos, mas também sua renda familiar, sua origem escolar e sua região de residência. Essa solução poderia beneficiar os estudantes negros que são pobres e que estudaram em escolas públicas, mas também os estudantes brancos que se encontram na mesma situação. Além disso, essa solução poderia reduzir a discriminação inversa, o estigma racial e a baixa do nível acadêmico, pois levaria em conta o mérito relativo dos candidatos, considerando as condições sociais em que eles se formaram. Por fim, essa solução poderia contribuir para a democratização do acesso à educação superior, a promoção da diversidade cultural e étnica e o combate ao racismo e à desigualdade no Brasil.

TEMA QUE FIZ PARA O SIMULADO MAXIMIZE: “Estratégias para combater a discriminação de gênero no espaço do trabalho.”

 INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO MODELO ENEM E/OU FUVEST 1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.  2. O texto definitivo deve...